quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Provocador 0099

"A Vida é um grande teatro onde desempenhamos nossos mais ricos papéis. Vivemos de interpretar, mascaramos a realidade e entretemos o público com nossas magnificas e às vezes simplórias atuações. Alguns passam despercebidos e ninguém nota quando já não mais estão entre nós. Já outros arrancam sorrisos e lágrimas, deixando uma saudade que mais parece um buraco negro de tão grande e tão denso, que a tudo traga e não há força no mundo que o destrua. Esses, que farão uma falta tão grande que só ao lembramos de sua passagem já nos entristeceremos, serão imortalizados em nossas lembranças, até que nós nos juntemos a eles sob o chão frio que outrora caminhamos. Morrer é só uma saída de cena. Uns aplaudidos...outros vaiados. Isto é a morte na minha concepção". Filósofo cético, Edson Moura

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O Provocador 0098

“É com o cristianismo que todos os seres humanos, só por o serem e sem acepção de condições, são considerados pessoas dotadas de um eminente valor. Criados a imagem e semelhança de Deus, todos os homens e mulheres são chamados à salvação através de Jesus, que, por eles, verteu o Seu sangue. Criados à imagem e semelhança de Deus, todos têm uma liberdade irrenunciável que nenhuma sujeição política ou social pode destruir. Ponto positivo para o cristianismo em tempos remotos.

Entretanto, embora a antiguidade tenha prestado inúmeras contribuições ao reconhecimento de direitos relativos à pessoa humana, durante este período, práticas como a escravidão, diferenciação por sexo ou classe social era comum, o que não acaba com seus méritos, pois como já afirmado tais direitos não nascem como uma revelação, mas são poupo a pouco acompanhando o próprio caminhar da civilização humana, evoluindo, hora, para o bem, hora para o mal.

Mas estamos falando de um cristianismo de 2000 anos aproximadamente, e, se com a evolução do conhecimento humano, e do reconhecimentos de sua condição única entre os seres da Terra, não é totalmente descabido dizer que o cristianismo já deu sua contribuição,e agora, já podemos seguir sozinhos. Acredito que um dos empecilhos para um melhor desenvolvimento do homem, seja justamente ele estar tão preso e tão "grato", ao veículo originador de suas normas.

Talvez seja o medo brutal de voltar a ser um bárbaro que mantém o homem tão arraigado ao cordão umbilical da lei, da moral, da justiça, e da boa convivência entre o homens, fundamentada pelo cânone da igreja católica e ramificada em todas as outras vertentes religiosas cristãs. Filósofo cético, Edson Moura

O Provocador 0097

Alguns atos do ser humano eu até entendo, por exemplo: quando uma pessoa mata a outra para roubar, ou por que foi traído, ou até mesmo porque tinha inveja, sei lá, não deixa de ser um crime totalmente culpável, mas, em minha opinião, é explicável...não disse justificável! Agora, matar um outro ser humano por causa de um time de futebol? Jamais irei aceitar!

O criminoso deveria ser executado em praça pública, para servir de exemplo. Onde já se viu...matar o outro só porque ele não torce para o mesmo time. Isto revela o nazismo intrínseco dentro de cada torcedor fanático. Dizem que o nazismo acabou, mas quando vemos, algumas pessoas uniformizadas, gritando palavras de ordem, excluindo os diferentes e matando os que não pertencem à sua "espécie"...vejo que o mal incutido por Hitler na cabeça de muitos homens ainda está bem vivo. Filósofo cético, Edson Moura

O Provocador 0096

"Não quero generalizar, mas, apologistas, ou sei lá como chamam esses fulanos que querem defender Deus, são na maioria das vezes uns chatos e intolerantes. Já perdi as contas de quantas vezes, quando 'sou envolvido' em debates pessoais com crentes, e uns dos argumentos dos tais é: "Você tem raiva de Deus", ou "você é frustrado", ou a pior delas, "você não teve uma experiência real com o divino". Ora bolas, é claro que não tive uma experiência real com Deus...ele não existe pô!" Filósofo cético, Edson Moura

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O Provocador 0095 (Eterno desespero)

Por Edson Moura
Acredito piamente que o desapego está mais ligado a, como posso dizer, uma irresponsabilidade sob controle. Lembrei-me do Gresder agora, afinal, ele é a prova viva de que se pode viver uma vida irresponsável, mas sem, de alguma forma, perder o senso de responsabilidade, que, este sim, pode trazer angústia e muito sofrimento.

Sartre foi feliz em sua afirmação a respeito da liberdade humana, pois sabemos (ou pelo menos eu sei) que liberdade realmente nos trás responsabilidades, e esta em todas as esferas comportamentais. Liberdade nos faz ver que somos responsáveis por todos os atos, e uma vez responsável, tornamo-nos escravos de nossa tão buscada liberdade.

Pode então o homem ser desapegado (livre) e ao mesmo tempo desesperado(preso) à sua liberdade? Um axioma dos mais simples, que só engodaria os mais simples. Obviamente que pode se ser as duas coisas. O questão é quando temos correntes nos prendendo a liturgias baratas, a pensamentos arcaicos, a usos e costumes obsoletos. De tempos em tempos os homens vão se libertando, e a cada passo dado, um novo controle social informal lhe é conferido, e novamente ele volta ao ponto de partida. Me parece que nós buscamos nosso próprio desespero.

Para não me alongar, vou fazer aqui uma analogia de como funciona este processo de "encadeamento", que propus a uma amigo meu: "Lembro-me nitidamente dos anos em que comecei a fumar. No inicio era uma coisa, digamos, feia, fumava escondido, tinha medo da reação das pessoas ao verem um garota de 14 anos com um cigarro na boca. Mas o tempo foi passando, fui crescendo e adquirindo autonomia, aí, fumar já não era vergonhoso, mas ao contrário, me conferia status, agora podia fumar tranquilamente.

Notem que o desespero se tornou desapego e fiquei em paz, comigo e com os homens. Recentemente criou-se uma lei onde se proibia fumar em estabelecimentos fechados. No inicio foi aquela bagunça, protestos daqui, reclamações dali, enfim, a lei pegou. E hoje, eu, que outrora não via problema algum em fumar num bar ou num restaurante, ou até mesmo num avião, fico constrangido ao acender um cigarro onde tiver uma criança, ou até mesmo embaixo de um toldo de bar, pois me preocupo com o incômodo que estou causando aos outros cidadãos, sejam eles fumante ou não".

Onde quero chegar com este relato? É simples, mudamos constantemente nossa visão de mundo, somos moldados pelo meio e consequentemente, acabamos aceitando o desespero que nos impõem ou nos impomos. Estamos o tempo todo nos acostumando com nossa liberdade (desapego) e quando vemos que desapego já não é suficiente, criamos uma "cadeia" (desespero), para nos mantermos sempre nesta dinâmica que é viver.